Ataques a hospitais e áreas de socorro na guerra chocam o mundo
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Toda guerra tem perdas. Algumas são evitáveis. Outras, condenáveis, pelo desprezo à vida humana e pela ausência de qualquer razão estratégica. Os mais recentes desdobramentos do conflito na Ucrânia mostram como isso acontece.
Nem mesmo hospitais, maternidades e áreas destinadas ao socorro de feridos têm sido preservadas. Esses espaços entraram na mira de mísseis e fuzis.
Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre a autoria dos ataques enquanto pessoas – na mais extrema vulnerabilidade – morrem.
A população mundial ficou chocada nessa quarta-feira (9/3) com um bombardeio a uma maternidade (foto em destaque) em Mariupol, no leste da Ucrânia. Ao todo, 17 pessoas, entre mulheres e bebês, ficaram feridas. Algumas, debaixo de escombros.
A Ucrânia acusou o Exército russo de atacar a unidade de saúde. O governo russo admitiu o ataque, mas alegou que os ucranianos teriam colocado unidades militares no prédio e usado os civis como escudos humanos.
O horror foi condenado com vigor pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelos Estados Unidos e pelo Vaticano. Todos condenaram esse tipo de ataque.
A Ucrânia contabiliza mais de 30 hospitais alvejados. A OMS trabalha com uma estimativa mais tímida: 18 centros de saúde atacados.
Repercussão
Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, reagiu com dureza ao ataque. Nessa quarta-feira (9/3), em conversa com jornalistas na sala de imprensa, em Washington, Psaki classificou o bombardeio como “crime horripilante e caso bárbaro”.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pelas redes sociais, classificou o ataque como “atrocidade”. Além disso, voltou a pedir o fechamento do espaço aéreo ucraniano.
“Ataque direto de tropas russas em uma maternidade. Pessoal, crianças estão sob os destroços. Atrocidade. Por quanto tempo mais o mundo será um cúmplice ignorando o terror? Feche o céu agora mesmo. Pare com os assassinatos. Vocês têm poder, mas parecem estar perdendo a humanidade”, escreveu Zelensky.
O Vaticano se uniu ao coro de condenações contra um ataque russo a uma maternidade ucraniana. “O bombardeio a uma maternidade é inaceitável e não há motivações”, reclamou o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin.
Saúde na mira
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, lamentou os ataques contra o sistema de saúde na Ucrânia. Segundo ele, 10 pessoas morreram nessa situação.
“Esses ataques atingem toda a comunidade global da saúde. Mais de 2 milhões de pessoas deixaram a Ucrânia, e a OMS está dando suporte aos países vizinhos para garantir atendimento médico aos refugiados”, frisou.
O diretor-geral da OMS também pediu que a Rússia permita acesso de ajuda humanitária ao país vizinho. “A única solução real para essa situação é a paz”, concluiu.
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerraAnastasia Vlasova/Getty Images

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse localPawel.gaul/ Getty Images

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 kmGetty Images

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país caso os ucranianos não desistissem da ideiaAndre Borges/Esp. Metrópoles

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do paísPoca/Getty Images

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiroKutay Tanir/Getty Images

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por territórioAFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu territórioElena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do EstadoWill & Deni McIntyre/ Getty Images

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários delesVostok/ Getty Images

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
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A chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, também reagiu. Em comunicado ela disse que ficou “horrorizada” com o ataque.
“Estou horrorizada com o ataque que teria deixado crianças pequenas e mulheres em trabalho de parto soterradas sob os escombros de prédios destruídos. Tememos o pior”, ressaltou no texto.
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