Diário de Anne Frank, 70 anos: a menina que escreveu um livro lido por milhões
Nascida no dia 12 de junho de 1929, Anne Frank era uma jovem adolescente na Holanda durante o Holocausto. Em 2022, seria o aniversário de 93 anos dela.
Este ano também marca o 62º aniversário da abertura da Casa de Anne Frank ao público. O esconderijo de Frank na Prinsengracht 263 foi restaurado e aberto aos visitantes no dia 3 de maio de 1960.
Ela morava em Amsterdã com a família, mas em 1942 os Franks foram forçados a se esconder dos nazistas que queriam se livrar da população judaica da Europa.
Durante este tempo escondida, Anne escreveu um diário, que se tornaria um dos livros mais famosos do mundo.
Mas ela não viveu para realizar seu sonho de se tornar uma escritora, pois foi tragicamente morta no Holocausto. Foi o pai dela quem publicou seus escritos, pois sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e o diário foi passado para ele.
Descubra mais sobre a incrível adolescente que contou ao mundo sua história durante um dos eventos mais terríveis da história moderna.
Como foi o início da vida de Anne Frank?
Annelies Marie Frank — mais conhecida como Anne Frank — nasceu na cidade alemã de Frankfurt, em 1929, em uma família judia. Ela tinha uma irmã chamada Margot que era três anos mais velha que ela. Os pais dela se chamavam Edith e Otto.
Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha ficou muito pobre e a vida ficou difícil para muitas pessoas. O partido nazista, liderado por Adolf Hitler, estava crescendo em popularidade e culpava o povo judeu por muitos dos problemas do país.
O anexo secreto onde Anne e a família dela se esconderam durante o Holocausto ficava escondido atrás de uma estante especial.
Quando os nazistas chegaram ao poder em 1933 após as eleições, eles começaram a perseguir os judeus e tornaram a vida deles incrivelmente difícil.
Os Frank decidiram que precisavam sair da Alemanha, então se mudaram para Amsterdã, na Holanda, onde acharam que estariam seguros.
Anne foi para a escola, fez novos amigos, aprendeu a falar holandês e estabeleceu sua nova vida.
Ela tinha apenas 10 anos quando, no dia 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia e a Segunda Guerra Mundial foi declarada.
Menos de um ano depois, em 10 de maio de 1940, o exército alemão invadiu a Holanda e os nazistas começaram a perseguir os judeus lá também.
No aniversário dela de 13 anos, Anne recebeu um diário, que ela chamou de Kitty. Seu primeiro texto é datado de 12 de junho de 1942.
Na época, os nazistas aumentaram a perseguição contra os judeus na Holanda.
No verão de 1942, a irmã de Anne, Margot, foi mandada pelos nazistas para um campo de trabalhos forçados. Mas, temendo o que realmente aconteceria com ela e o resto da família, os Frank se esconderam em um anexo secreto atrás dos negócios de Otto, que ele vinha preparando há algumas semanas.
Outras quatro pessoas se esconderam com eles —a família Van Pels (Hermann, Auguste e seu filho Peter) e Fritz Pfeffer.
O grupo escondido foi ajudado por amigos leais de Otto, que levavam comida e notícias do mundo exterior.
Anne gostava de escrever durante todo o tempo que passou escondida, tanto poemas e histórias, quanto em seu diário. Escrever proporcionava à ela uma forma de fuga e uma grande fonte de conforto.
Um dia, ela ouviu uma reportagem na rádio sobre uma visita do Ministro da Educação do governo holandês à Inglaterra. Ele pedia às pessoas que guardassem diários e documentos de guerra. Isso a inspirou a retrabalhar seus diários em um livro.
Ela começou a trabalhar em seu romance Het Achterhuis (“O Anexo Secreto”). Mas antes que ela pudesse terminar, os piores medos da família ocorreram. Depois de dois anos escondidos, os nazistas descobriram o anexo secreto. Até hoje, ninguém sabe como isso aconteceu.
No dia 4 de agosto de 1944, eles prenderam todos os que estavam escondidos no apartamento e os enviaram para o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau. A última anotação no diário de Anne foi apenas três dias antes, no dia 1º de agosto de 1944.
Quando chegaram a Auschwitz-Birkenau, os Franks foram considerados relativamente bem de saúde, então todos foram colocados para trabalhar. Otto foi separado de sua esposa e duas filhas. Mais tarde, Anne e Margot também seriam separadas da mãe.
De volta a Amsterdã, Miep Gies e Bep Voskuijl — dois amigos de Otto que ajudaram a família enquanto eles estavam escondidos — encontraram os escritos de Anne e os guardaram, caso ela voltasse.
Mas, tragicamente, isso não aconteceu. Anne e Margot foram enviadas para o campo de concentração de Bergen-Belsen no início de novembro de 1944, mas a saúde delas se deteriorou. Em fevereiro de 1945, ambas morreram de tifo — de maneira comovente, com apenas alguns dias de diferença uma da outra. A mãe delas, Edith, também foi morta.
O pai, Otto, foi o único membro da família a sobreviver ao Holocausto. Miep e Bep passaram os escritos de Anne para ele.
Quando ele leu — e viu o quanto a escrita significava para ela, e como ela queria “continuar vivendo mesmo depois da morte” — ele organizou os textos em um livro e fez com que o diário dela fosse publicado.
O diário de Anne foi lido por milhões de pessoas em todo o mundo.
No dia 25 de junho de 1947, pouco mais de 3.000 exemplares de Het Achterhuis (“O Anexo Secreto”) foram impressos.
Não demorou muito para que o livro fosse traduzido para muitas línguas diferentes, transformado em peça e filme, e a histórias de Anne foi levada a milhões de pessoas ao redor do mundo.
O sonho dela de se tornar escritora e publicar um romance sobre a vida na clandestinidade tinha se tornado realidade.
Em 1960, o local do anexo secreto em Amsterdã tornou-se um museu oficial chamado Casa de Anne Frank, onde o diário original está exposto. Você pode visitá-lo até hoje.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Fonte Notícia: www.bbc.com