Países do Brics divergem sobre punição à Rússia na ONU. Entenda efeito
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O posicionamento dos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em votação de resolução contra a Rússia na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou divergências entre as nações que integram o fórum.
Dos 193 países que fazem da ONU, 141 votaram a favor da resolução, cinco contra e 35 se abstiveram. China, Índia e África do Sul se abstiveram, enquanto o Brasil foi o único país a favor da resolução – e, portanto, contra a Rússia. Apesar do voto a favor da punição, cientistas políticos entrevistados pelo Metrópoles não acreditam que o país enfretará problemas na relação com Moscou.
Veja quais são os países que apoiam os ataques russos à Ucrânia
O Brasil segue emitindo sinais dúbios em relação à invasão russa da Ucrânia. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro evita fazer críticas ao homógolo russo e não quer falar sobre sanções, a diplomacia brasileira vota contra o país no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral.
O professor de Relações Internacionais Antônio Lucena, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), destaca que é da tradição da diplomacia brasileira condenar este tipo de ação, mas não acredita numa retaliação russa diante dos problemas que o país liderado por Putin já enfrenta.
“A Rússia já tem muitas questões para resolver, criar uma frente de problemas com o Brasil agora não seria pertinente”, diz Lucena.
Durante os últimos dias, a China evitou o quanto pode criticar a Rússia pela invasão e declarou que não imporia sanções ao aliado. O governo chinês defende que Moscou e Kiev resolvam seus problemas por meio do diálogo e sugeriu que ajudaria neste aspecto.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversou com Putin, por telefone, no último dia 25 de fevereiro, um dia após a invasão, e teria pedido a “imediata cessão da violência”, mas sem qualquer condenação. O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, também defendeu o diálogo como resolução para o conflito no Leste Europeu.
Declarações à parte, os três países – África do Sul, China e Índia – se abstiveram na votação da Assembleia Geral da ONU, o que pode ser compreendido como um apoio velado ao líder russo na invasão da Ucrânia.
“O mundo inteiro vota contra [a Rússia], se abster neste caso é a mesma coisa de votar não, sem assinar em baixo. Está sinalizando que é contra a maioria. É uma declaração de apoio [à Rússia] reduzindo o ônus”, avalia o professor de ciência política Guilherme Reis, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
E agora?
Ainda é cedo para saber o real impacto que os posicionamentos de Brasil, China, Índia e África do Sul na ONU terão no futuro do Brics, mas os cientistas políticos entrevistados pelo Metrópoles destacam que a convergência de interesses desses países contra a ordem econômica vigente tende a fortalecer o fórum.
“É muito difícil um esfacelamento total desse grupo, que é importante para os países que o compõem”, pondera Lucena. “A tendência do Brics é continuar grande, sobretudo pela centralidade que a China exerce neste agrupamento”, acrescenta.
Reis destaca, que além das questões econômicas que mantêm o grupo vivo, a expansão da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos para o leste, incomoda China e Rússia e isso é mais uma convergência entre eles. “O Brics ainda tem muito potencial para se fortalecer”, diz.
Guerra da Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia na última quinta-feira (24/2), em meio a uma possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Contudo, como justificativa, Putin ordenou a ocupação das regiões separatistas de Donbass, no leste ucraniano. Em pronunciamento, o líder russo fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.
Separatistas pró-russos, em uniformes sem insígnias, reúnem-se no assentamento controlado pelos separatistas de Mykolaivka (Nikolaevka) e Bugas, na região de Donetsk (DPR) da Ucrânia, em 1º de março de 2022Stringer /Agência Anadolu via Getty Images

A população passou a usar estações de metrô para se protegerAytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images

Blindado militar russo se move ao longo da rua, em direção a Kherson, Ucrânia

Separatistas pró-Rússia ajudam nos ataques contra a UcrâniaStringer /Agência Anadolu via Getty Images

Militares russos na CrimeiaSergei MalgavkoTASS via Getty Images

Cidadãos ucranianos fugiram da guerra por meio de trensOmar Marques/Getty Images

Após prédios destruídos em Kharkiv, russos dizem ter tomado KhersonSergei Malgavko/TASS via Getty Images

O mundo acompanha, com atenção, os desdobramentos do conflito. O Para Francisco pede pazFranco Origlia/Getty Images

Funeral do sargento Ilnur Sibgatullin, morto durante operação militar especial na Ucrânia, na Victory Monument SquareYegor AleyevTASS via Getty Images

Enquanto os ataques russos continuam, civis se abrigam no metrô de Kiev, Ucrânia, em 2 de março de 2022Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images

Blindado russoSergei MalgavkoTASS via Getty Images

Soldados são vistos em torno de pilhas de areia usadas para bloquear uma estrada na capital ucraniana, Kiev, em meio a ataques russos em 2 de março de 2022Aytac Unal/Anadolu Agency via Getty Images

Blindado militar na Crimeia, RússiaSergei MalgavkoTASS via Getty Images
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Russos sitiaram Kiev e tentam tomar o poder. Hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches, já foram alvos de bombardeios na Ucrânia. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana e próxima à fronteira com a Rússia, também se tornou alvo.
Estados Unidos e países europeus anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro para a Ucrânia, que resiste. Belarus, uma das maiores aliadas da Rússia, entrou no foco da comunidade internacional. O país teria feito ataques à Ucrânia e cedido a fronteira para a invasão russa.
A batalha chegou à cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.
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