Por que ser apaixonado pelo trabalho pode não fazer bem
[ad_1]
- Taha Yasseri
- The Conversation*
Você pode desejar ser mais apaixonado pelo seu trabalho. Ou ter o tipo de trabalho pelo qual poderia pelo menos imaginar ser apaixonado.
Algo que faz você pular da cama de manhã, animado com um novo dia repleto de conquistas e entusiasmo.
Mas os psicólogos diferenciam entre dois tipos de paixão relacionada ao trabalho — e não quer dizer que ambas sejam atraentes, mesmo que você esteja mais do que de saco cheio do seu trabalho atual.
A paixão “harmoniosa” pelo trabalho se refere a situações em que uma pessoa não apenas gosta do trabalho, mas também tem controle sobre seu relacionamento com ele.
Pessoas com paixão harmoniosa pelo trabalho muitas vezes escolhem sua carreira porque é algo que interessa a elas, e desfrutam de um enorme prazer em como ganham a vida.
Crucialmente, o trabalho não interfere profundamente em outros elementos importantes de sua vida.
Mas uma pessoa com paixão “obsessiva” pelo trabalho tem pouco controle sobre seu relacionamento com ele.
Elas consideram sua profissão e fatores relacionados, como promoções e aumentos salariais, como centrais em suas vidas.
Os obsessivamente apaixonados raramente se desligam completamente do trabalho e, embora possam ser muito bem-sucedidos no que fazem, isso geralmente acontece sem uma sensação de satisfação.
Esta abordagem pode tomar conta da vida e levar ao burnout, quando você está física e emocionalmente exausto e se sente impotente e preso.
Então, como você se certifica de que acabará preenchido com o tipo certo de paixão? Se você tem uma paixão obsessiva pelo trabalho, é você ou o trabalho? Nossa pesquisa sugere que são provavelmente ambos.
Para estudar a relação entre traços de personalidade, trabalho e o tipo de paixão que as pessoas desenvolvem, analisamos dados de um projeto de psicologia que coletou dados e resultados de testes de mais de 800 participantes.
Nós medimos alguns de seus traços de personalidade, referidos na psicologia como “big five”: abertura, conscienciosidade, extroversão, agradabilidade e neuroticismo.
Também avaliamos suas atitudes em relação ao trabalho, usando o grau com que concordavam ou discordavam de uma série de afirmações como “Meu trabalho está em harmonia com outras atividades da minha vida” ou “Tenho dificuldade em controlar minha vontade de trabalhar”.
Por fim, categorizamos seus empregos, usando um sistema que pontua vários tipos de trabalho de acordo com seis descrições: realista, investigativo, artístico, social, empreendedor e convencional. (Você pode fazer este teste online — em inglês — para ter uma ideia de que tipo de trabalho você pode estar procurando.)
Exterminador da paixão
Nossas descobertas sugerem que os traços de personalidade (especialmente o neuroticismo) interagem com o ambiente de trabalho de forma complexa e desencadeiam diferentes tipos de paixão.
Em particular, as pessoas propensas ao neuroticismo (mudanças de humor, ansiedade e irritabilidade) são muito mais propensas a desenvolver paixão obsessiva pelo trabalho se trabalharem na categoria “empreendedora”.
Em geral, são carreiras que dependem muito do poder de persuasão e dão grande ênfase à reputação, poder e status.
Por exemplo, uma pessoa que concorda com declarações como “Eu fico chateado facilmente” ou “Eu me preocupo com coisas diferentes ao mesmo tempo” é muito mais vulnerável ao burnout se trabalhar como advogado, arrecadador de fundos ou corretor.
Mas é menos provável que esta mesma pessoa se torne obcecada pelo trabalho se trabalhar como dentista, engenheiro, enfermeiro, cirurgião ou assistente social.
É importante, então, descobrir que tipo de paixão você tem pelo seu trabalho. Você se sente no controle, você curte as suas conquistas?
Se a resposta for não, ou se houver outros indícios de que sua paixão pelo trabalho é do tipo obsessiva, talvez você queira considerar uma mudança de rumo para evitar o risco de burnout.
No exemplo acima, isso pode significar tentar encontrar uma função que tenha menos elementos empreendedores; algo mais artístico ou social, talvez.
Pois embora possamos não ser capazes de mudar nossas personalidades, uma mudança de emprego pode levar a uma sensação maior de satisfação e controle — e potencialmente mais tempo para encontrar nossa paixão no mundo fora do trabalho.
* Taha Yasseri é professor associado do departamento de sociologia; bolsista Geary do Instituto Geary de Políticas Públicas da University College Dublin, na Irlanda.
Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
[ad_2]
Fonte Notícia