Autoridades norte-americanas de segurança calculam que a Rússia mantém 150 mil soldados no território ucraniano. A invasão ao país começou em 24 de fevereiro.
Nesta segunda-feira (7/3), segundo informações da agência internacional de notícias Reuters, um integrante da cúpula da defesa dos Estados Unidos apresentou a estimativa, sob condição de anonimato.
Os militares, antes mesmo da invasão, estavam na fronteira do país. O presidente russo, Vladimir Putin, justificava a presença como “exercícios militares”.
“Essa é a nossa melhor estimativa no momento”, disse o funcionário.
O Pentágono, órgãos de defesa e segurança dos Estados Unidos, ordenou no fim de semana mais 500 soldados para a Europa. Ao todo, 100 mil estão no continente. Nenhum deles atuará em território ucraniano, que não faz parte da Otan.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerraAnastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse localPawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 kmGetty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país caso os ucranianos não desistissem da ideiaAndre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do paísPoca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiroKutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por territórioAFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu territórioElena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do EstadoWill & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários delesVostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Nesta segunda-feira (7/3), Vladimir Medinsky, negociador do governo russo, acusou o exército ucraniano de “sabotar” os “corredores verdes”, que são rotas de fuga onde não deveriam haver ataques. A fala foi feita enquanto representantes da Rússia e da Ucrânia tentam, pela terceira vez, negociar um acordo de cessar-fogo na guerra no Leste Europeu.
Segundo a agência de notícias russa Interfax, a reunião entre os negociadores começou pouco depois do meio-dia desta segunda-feira, pelo horário de Brasília.
“Vamos discutir as mesmas questões da solução política, aspectos humanitários e normalização militar do conflito”, detalhou Medinsky.
O negociador, no entanto, admitiu que os corredores de fuga não têm funcionado como deveriam, mas culpou os ucranianos pela falha. “A parte russa estava pronta para abrir esses corredores. Infelizmente, quase nenhum cessar-fogo foi respeitado. Observamos que os nacionalistas ucranianos estavam impedindo civis de saírem das cidades”, denunciou.
Ele acrescentou que, em Mariupol, civis foram usados como escudo humano. “Um grupo de 25 pessoas, de nacionalistas, com metralhadoras, tentaram sair da cidade. Eles estavam levando um escudo humano de 50 crianças e mulheres”, contou.
Entenda
Tropas russas invadiram o território ucraniano em 24 de fevereiro. A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
O recrudescimento dos ataques, com mísseis, atentados contra usinas nucleares e bombardeios contra civis, fez a comunidade internacional impor sanções econômicas contra a Rússia.
Bancos do país comandado pelo presidente Vladimir Putin foram excluídos do sistema bancário global. Além disso, marcas e empresas suspenderam operações no país. O Banco Central e oligarcas russos, que são multimilionários, não podem realizar transações na Europa e nos Estados Unidos.
Além disso, a Rússia sofre pressão político-diplomática. Entidades como a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU) condenaram a invasão.