“Sofremos ataque terrorista nuclear russo”, denuncia Ucrânia na ONU
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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realiza uma reunião de emergência, após a Rússia cercar e bombardear a maior usina nuclear da Europa, na Ucrânia.
Os líderes iniciaram o encontro por volta das 13h40 desta sexta-feira (4/3), pelo horário de Brasília. Os embaixadores estão preocupados com os riscos que esse tipo de ataque pode trazer, sobretudo em relação à radiação.
O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, não confia na versão russa de que não houve bombardeio à usina. “Sofremos um ataque terrorista nuclear da Rússia”, salientou.
“O órgão de monitoramento não teve acesso à usina. Alguns sistemas não estão funcionando”, denunciou. “É alarmante que muitos funcionários da manutenção da usina tenham sido mortos por soldados russos. Não houve troca de turno”, alertou.
Ele completou: “Exigimos reações claras da agência internacional de energia atômica”, disse, ao defender um posicionamento da comunidade internacional e a retirada das tropas.
EUA faz alerta
A embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield, pediu que a Rússia retire suas tropas da usina para permitir que os funcionários acessem o local e mantenham a operação segura.
“É preciso avaliar danos e o sistema de arrefecimento dos reatores. Instalações nucleares não podem ser parte desse conflito”, frisou.
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerraAnastasia Vlasova/Getty Images

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse localPawel.gaul/ Getty Images

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 kmGetty Images

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país caso os ucranianos não desistissem da ideiaAndre Borges/Esp. Metrópoles

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do paísPoca/Getty Images

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiroKutay Tanir/Getty Images

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por territórioAFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu territórioElena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do EstadoWill & Deni McIntyre/ Getty Images

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários delesVostok/ Getty Images

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Tropas russas negaram que o incêndio na maior usina nuclear da Europa, a ucraniana Zaporizhzhia, tenha sido ocasionado por bombardeios de militares da Rússia. Ao contrário, segundo o The Independent, eles atribuíram a culpa a esquadrões de sabotagem da Ucrânia.
Rússia nega prejuízos nucleares
O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzia, chamou de “campanha de desinformações contra a Rússia” a acusação de bombardeio à usina. Ele negou que a central tenha sofrido impactos.
“A usina foi tomada em 28 de fevereiro pelas forças russas. Fizemos isso para evitar que nacionalistas ucranianos e outros terroristas se beneficiem e façam ameaças nucleares. Além disso, para evitar interrupção do fornecimento de energia para Ucrânia e consumidores europeus. A equipe que está operando tem experiência e sabe cuidar da usina”, defendeu.
Segundo Nebenzia, a operação continua “normalmente”. “A usina continua operando e não existe nenhum risco de vazamento de material radioativo”, garantiu na ONU.
Brasil condena
O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, condenou o ataque. Para ele, o risco de um vazamento traz “consequências sérias para a população”.
“Estamos confrontados com a possibilidade de um acidente nuclear. Precisamos exigir um cessar-fogo e a diminuição de hostilidade”, defendeu.
Costa Filho, no discurso, citou a legislação internacional que proíbe ataques a esse tipo de estrutura. “Isso deve ser respeitado o tempo todo. Peço que todas as partes se abstenham de quaisquer ações que possam prejudicar”, frisou. “Tenho preocupação com os últimos acontecimentos. Esse não é o momento para intensificar e inflamar a retórica”, completou.
Maior que Chernobyl
A usina foi alvo de intenso bombardeio russo. A central nuclear fica em Zaporizhzhia, na Ucrânia. Uma explosão poderia causar uma tragédia 10 vezes maior que o acidente em Chernobyl, em 1986 — até então a maior catástrofe do tipo —, segundo alertou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.
O incêndio, segundo o governo ucraniano, atingiu um prédio usado para treinamento, mas não houve mudança nos níveis de radiação, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

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