Uma pessoa se mata a cada 40 segundos, diz OMS em relatório inédito

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Crédito, Thinkstock

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Cercado de tabus, o suicídio mata 800 mil por ano

Um relatório inédito divulgado nesta quinta-feira pela OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que uma pessoa se mata no mundo a cada 40 segundos.

O documento, que reúne dados compilados em dez anos de pesquisas sobre o suicidio ao redor do mundo, descreve a questão como um grave problema de saúde pública, frequentemente cercado de tabus, que precisa ser enfrentado pelas autoridades.

A OMS estima que 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o planeta. Essa é a segunda maior causa de morte em pessoas entre 15 e 29 anos, enquanto que os mais de 70 anos são aqueles que mais frequentemente se tornam suicidas

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Apesar disso, apenas 28 países têm uma estratégia nacional de prevenção de suicídios.

Por meio de nota, o Governo Federal informou à BBC Brasil que é o Brasil dos países que conta com uma política nacional nesse sentido, oferecendo “acompanhamento psicológico e psicoterápico, incluindo terapia ocupacional, bem como assistência psiquiátrica hospitalar”.

Nas escolas

A organização diz o estigma social associado a desordens mentais impede pessoas de buscar ajuda e, em último caso, acaba levando muitas pessoas a atentar contra a própria vida.

Por isso, a OMS está pedindo que os diferentes países ofereçam mais apoio às pessoas que já tentaram alguma vez se matar e que, por isso, fazem parte de um grupo de maior risco.

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A meta estabelecida pela organização é reduzir, em 10%, a taxa de suicídio mundial até 2020.

No relatório, a OMS também ataca a mídia, dizendo que publicar notícias com detalhes sobre suicídios estimula outras pessoas a também tentar se matar. Isso teria acontecido recentemente com a cobertura do suicídio do ator hollywoodiano Robin Williams.

Outro ponto levantado pela organização é a necessidade de limitar o acesso das pessoas a armas de fogo e produtos químicos letais.

“Não importa qual é a política adotada pelo país em termos de prevenção ao suicídio, medidas efetivas podem ser tomadas, mesmo que seja em nível local e em pequena escala”, diz Alexandra Fleischmann, cientista do departamento de saúde mental de abuso de substâncias da OMS.

Ativistas ressaltam também a necessidade de falar mais sobre o assunto nas escolas.

“Eu acho que é necessário haver mais conscientização pública sobre o suicídio e sobre como abordar as pessoas que podem estar tendo pensamentos e sensações suicidas”, diz Jonny Benjamim, um ativista britânico que participa de campanhas contra o suicídio na Grã-Bretanha.

“Muito poucos de nós sabe como reagir quando se depara com uma pessoa que pode estar em risco.”

“Eu acho que é preciso haver muito mais conscientização pública e muito mais educação nas escolas também, já que as estatísticas mostram que os jovens estão sujeitos a um risco particulamente alto de acabar com suas próprias vidas”, completou.

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