Jovem da zona rural do DF é aprovado em universidade dos EUA – Notícias

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Um jovem crescido na zona rural do Distrito Federal vai estudar na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, após ser aprovado e ganhar uma bolsa para a qual apenas 1% dos concorrentes são aprovados. Wanghley Soares, 19 anos, viaja em agosto deste ano para cursar engenharia elétrica e da computação na Duke University, uma das melhores instituições de ensino superior do mundo. 

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Crescido na zona rural de Brasília, o jovem que chegou a percorrer quase 200 quilômetros por dia para ir à escola. “Pela minha origem humilde, foi bem complicado conciliar os estudos na zona rural. Duas horas ou duas horas e meia só no ônibus. Cadernos, canetas e outros materiais, ou eu reaproveitava de anos anteriores ou meus pais compravam aquilo que eles podiam”, conta.




De Miunça para Carolina do Norte


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Wanghley Soares cresceu em uma fazenda chamada Miunça, que fica na região do PAD-DF (Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal) e é conhecida por ser produtora de suínos. Os pais, naturais de Minas Gerais, são um auxiliar administrativo que trabalha na fazenda e uma agente comunitária de saúde, que está desempregada.


Na infância, o casal conta que Wanghley aprendeu a ler ainda com três anos, e os patrões chegaram a contratar uma pedagoga para dar aulas para ele e outras crianças. O jovem estudava na Escola Classe Lamarão, nas proximidades do PAD. Gostava de ler, memorizar o nome de plantas e os usos medicinais, além de questionar tudo. “Desde um por que o céu é azul até mesmo o porquê de existirmos.”



O início da adolescência também marcou a fase em que professores de Wanghley o indicaram para um teste psicológico de altas habilidades, que confirmou a superdotação. Aos 14 anos, ele foi aprovado para fazer o curso técnico em informática integrado ao ensino médio no IFB (Instituto Federal de Brasília), quando começou a entender que poderia ir longe pelos estudos, com muito esforço aliado ao conhecimento.


“Levantava às 5 da manhã para chegar ao campus às 7h30 e só conseguia voltar para casa ao fim do dia, mais ou menos às 21h, percorrendo uns 200 quilômetros e pegando um ônibus interestadual para ir e voltar, que era um custo que eu e minha família tivemos que arcar”, detalha. Como ficava o dia inteiro no Instituto, a biblioteca era uma segunda casa. Lá o jovem lia os conteúdos de aula, estudava sobre vestibulares e assuntos que iam de mecânica quântica a inteligência artificial.


Aprovações


Um dos principais resultados desse esforço veio no fim do ensino médio, quando Wanghley foi aprovado no processo seletivo para quatro universidades brasileiras: UnB (Universidade de Brasília), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), USP (Universidade de São Paulo) e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).


Contrariando os pais, que achavam que o filho estava trocando o certo pelo incerto, Wanghley decidiu não se matricular em nenhuma faculdade brasileira para tentar uma aprovação no exterior. “São ótimas universidades que me atraiam, mas descobri a oportunidade de estudar fora do país por um programa que fui aprovado em engenharia aeroespacial na Flórida. Fui um dos três selecionados entre mais de mil candidatos.”



Dois fatores motivaram ainda mais a escolha: a paixão por pesquisa e inovação, que ele acredita ter mais investimento e atenção fora do Brasil e a possibilidade de junção de áreas que podiam explorar em conjunto em um curso de universidade americana. “Como não conseguia pagar nenhuma prova, comecei a pesquisar como poderia ter ajuda”, conta.


Bolsas


O auxílio veio por meio da Bolsa Crimson Brasil, uma consultoria educacional fundada por ex-alunos de Harvard com o objetivo de assessorar o estudante em toda a jornada rumo às aceitações nas principais universidades dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. Wanghley enfrentou um processo de seleção que selecionou apenas duas pessoas, 1,1% do total de candidatos e foi um dos escolhidos.


O estudante recebeu o cronograma completo de estudos para o processo de seleção, apoio de mentores, tutoria para as provas e testes e entrevistas padronizadas. Um dos critérios de seleção para a universidade escolhida, a Duke, era uma redação pessoal. Para isso, ele fez mais de 80 versões até chegar ao texto final, que sintetizava quem é Wanghley em um texto de 650 palavras.


O jovem conquistou a aprovação mais desejada neste ano, quando a Duke University anunciou o nome dele como um dos novos alunos convocados para o curso que começa em agosto, recebendo uma bolsa para auxiliar nos custos. “Foi uma notícia única!”, comemorou. A carta de aprovação foi lida com os pais e da irmã, que se emocionaram. Tudo foi registrado em vídeo:



Mas Wanghley almeja mais. Ele se define como inventor, empreendedor social e “resolvedor de problemas”, ele quer crescer na área acadêmica se destacando pelas pesquisas que aliam tecnologia e saúde. Uma das pesquisas do jovem em andamento é um dispositivo que “detecta e acompanha” doenças neurodegenerativas, mapeando o movimento humano a partir do movimento da mão para diferenciar pessoas saudáveis de pessoas com uma doença.


“Sou quem sou graças à pesquisa, educação e às oportunidades que ambas me trouxeram. Se hoje eu posso estudar em outro país, algo que antes sequer passava pela minha cabeça, é graças a isso e, principalmente, mostra que pessoas assim como eu — periféricas, da área rural — podem ir além e alcançar grandes voos, mesmo com dificuldades.”

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Fonte Notícia

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